sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Denúncia do Golpe Eleitoral contra a reeleição de Dilma Rousseff no Brasil

Trabalhadores e trabalhadoras brasileiros,

Estamos diante da mais grave ameaça à nossa jovem democracia, desde o final da ditadura civil-militar na década de 80. Como no período que antecedeu ao Golpe de 1964, podemos observar grandes articulações que, neste momento, confluem para uma manipulação eleitoral antipopular que busca, com a candidatura de Aécio Neves, colocar novamente nosso país sob a administração direta do capitalismo financeiro, mais especificamente do imperialismo norte-americano.

Os trabalhadores e trabalhadoras de nosso país que, como Tiradentes, acreditam no direito que temos de decidir os rumos de nossas vidas livres de ingerências e intervenções estrangeiras, devem estar alertas e prontos para rechaçar o golpe eleitoral que a direita colocou em execução.

Que ninguém tenha dúvida, não se trata apenas de enfrentar as oligarquias mais atrasadas e reacionárias, que dominam nosso país desde 1500, mas de resistir às ações do imperialismo que efetivamente dirige diretamente as ações de desestabilização no Brasil.

As eleições presidenciais de 2014 se converteram em um campo de batalha no qual se uniram para aplicar um Golpe Eleitoral os grandes empresários, os banqueiros, a grande imprensa e outros setores, nos quais as agências de espionagem e desestabilização dos Estados Unidos, como a CIA e a NSA, infiltram-se fortemente nos últimos anos.


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Declaração IX Seminário Internacional de Lutas contra o Neoliberalismo

No sábado, 27 de setembro, reunido no ISERJ, o plenário do IX Seminário Internacional de Lutas contra o Neoliberalismo aprovou a seguinte declaração: 
 
 Depois dos grandes movimentos antineoliberais, antiglobalização e anti-capitalistas da primeira década do século XXI, o que podemos observar no cenário da luta de classes internacional nos últimos anos?
  As últimas décadas do século XX foram testemunhas da defesa enfática de duas teses: o fim da classe operária e o fim do socialismo.
Sem dúvida a recomposição do aparelho produtivo do capitalismo, iniciada no pós-Segunda Mundial, alterou significativamente o perfil da classe operária. O aumento da composição orgânica do capital, com o crescente aporte de capital constante (máquinas, equipamentos, matéria-prima) em detrimento do capital variável (força de trabalho) tem diminuído o emprego formal,  criado formas diversas de informalidade e aumentado o chamado setor de serviços. Assim  aumentou em termos absolutos  a classe operária ativa e empregada e também significativamente o número de desempregados.
  A classe operária aumenta em termos absolutos, no entanto, há um processo de erosão do paradigma de mensuração do valor, na medida em que o tempo socialmente necessário à produção de bens  cede lugar ao tempo livre como parâmetro para aferir riqueza.  Previsões apontam para daqui a cem anos a necessidade de apenas ¼ da força de trabalho mundial  na produção de todos os bens necessários.
  O fenômeno de substituição do trabalho vivo pelo trabalho morto estendido à produção rural leva praticamente à extinção do campesinato e a diminuição crescente do proletário agrícola.
   A tese do fim do socialismo se amparou nos problemas que levaram à desagregação da União Soviética e o fim do sistema socialista no Leste Europeu. A resistência de nações como China, República Democrática e Popular da Coreia, Vietnã e Cuba, somadas às experiências que apontam para o socialismo na Venezuela, Bolívia e outras, e o recente papel da Rússia como contraponto ao imperialismo sinalizam por si as dificuldades de sustentação dessa tese. O socialismo vivo nessas experiências, no entanto, não foi suficiente para conter posições recuadas e reformistas que se fortaleceram nos últimos anos nas direções sindicais e de partidos políticos considerados de esquerda.
  As amplas movimentações sociais da primeira década do século XXI ocuparam o lugar da classe operária, desarticulada em razão de seu novo perfil e dos problemas resultantes da condução reformista predominante. A falta de definição quanto aos objetivos acabou extenuando o potencial de luta desses movimentos, todos desaguando no Fórum Social Mundial, que aos poucos perdeu influência.