Poeta Barbatão
Quem foi na maré do golpe
Vestiu camisa amarela,
“Fora Dilma”, “somos Cunha”,
Gritou e bateu panela,
Se prepare pro jejum
Da PEC dois-quatro-um
Que vem aí de tabela.
Duas décadas de mazela,
Retrocesso social.
É o manjar dos golpistas
Essa proposta imoral
Que encangalha o povo todo
E joga num mar de lodo
A riqueza nacional.
Mesmo inconstitucional
Deu entrada no senado
E virou “cinquenta e cinco”,
Outro número desgraçado:
Tire dez dele, o que resta?
A legenda mais funesta
Que o país tem amargado.
Outro macabro legado
Vem do PMDB,
Partido dos presidentes
Cujos votos ninguém vê.
É a sigla dos bastardos
Não eleitos, apoiados
Pelas gangues da TV.
O Temer, veja você,
Que sujeito mais rasteiro.
É o agente do golpe
Contra o Povo Brasileiro.
Presta seu serviço sujo,
Pois não passa dum sabujo
A serviço do estrangeiro.
Seu ministério fuleiro,
Uma horda incompetente,
Representa os interesses
Desta elite decadente
Alinhada ao capital
Financeiro, imperial,
Genocida e anti-gente.
Tem coisa mais indecente
Que a pasta da educação
Receber no gabinete
Um tremendo canastrão,
Astro da pornografia
Pra prestar consultoria,
Dar pitaco, opinião?
Não bastasse a comoção
Causada pelo Mendonça,
Na saúde está à frente
Um outro amigo da onça:
É o tal Ricard o Barros,
Pra quem tudo são pigarros,
Invenções de gente sonsa.
Completando a geringonça
Deste ministério vil,
Relações exteriores,
Que já foi tão varonil,
Com Chirico é escritório
Da CIA no território
Colonial do Brazil.
Reuniões, banquetes mil,
Onde são feitos conchavos
Que legam aos brasileiros
Frações de vinte mil avos.
Duas décadas de grilhões -
Aos bancos serão milhões,
Ao povo serão centavos.
Porém, há aqueles bravos
Das ocupações de escola.
São milhares de estudantes
Que não aceitam esmola
Nem “Escola sem partido”,
Pois sabem que o povo unido
Vence canhão e pistola.
Opressão é mestra mola
Às condições subjetivas.
Nossa gente tem passado
De insurreições combativas
E o mundo mostra sinal
Dos danos do capital
Em todas perspectivas.
As lutas afirmativas
Dos direitos sociais
Não são capas das revistas
Nem manchetes dos jornais
Que servem à burguesia
Mas crescem a cada dia
No campo e nas capitais.
Políticas neoliberais
Que roubam nossas conquistas,
Medidas impopulares
Perpetradas por golpistas,
Terão nossa resistência.
Não nos cabe leniência
Às práticas capitalistas!
novembro de 2016
Publicado em Jornal Inverta
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